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Diante do portão do Reino Celestial é possível encontrar o guardião cristalino de Targon. Muitas coisas se esvaem na presença dele: esperança, dúvida, medo. Suas provações acabam com preocupações mortais e revelam completamente a essência da alma de quem subiu até ali. E, sob o arbítrio do guardião, essa alma é julgada.
O Monte Targon ergue-se majestoso, uma colossal torre de rochas endurecidas pelo sol, destacando-se como a mais imponente montanha de toda Runeterra. Seus cumes se estendem em uma variedade inigualável, uma visão grandiosa que desafia qualquer escala conhecida no mundo. Imerso em uma distância remota, distante da civilização, o Monte Targon permanece como um desafio intransponível, resistindo aos exploradores menos determinados.
Envolto em lendas fascinantes, o Monte Targon é um farol irresistível para sonhadores, visionários e aventureiros em busca de algo além do ordinário. Audaciosos tentam escalar a montanha impossível, impelidos pela busca de conhecimento, iluminação, glória ou pela realização de desejos mais profundos da alma.
A escalada desafia a própria essência da possibilidade, e mesmo os raros que conseguem atingir o cume guardam silêncio sobre suas experiências. Alguns retornam com um olhar vazio, assombrados pela jornada, enquanto outros se transformam completamente, transcendendo a humanidade ao serem imbuidos por um Aspecto de poder sobrenatural, com destinos que ultrapassam a compreensão dos mortais.
Aqueles que residem aos pés da montanha acreditam que esses transformados são Aspectos, manifestações de seres estelares há muito perdidos. São criaturas antigas e poderosas, cuja escala transcende a compreensão humana. Entretanto, o Monte Targon não é apenas uma montanha; é um portal para o reino celestial. Atribuir muita sensibilidade, moralidade ou preocupações mundanas ao que reside além da montanha seria um equívoco, pois transcende a compreensão humana.
O Monte Targon
Muitas lendas envolvem o Monte Targon, desde contos épicos de guerreiros flamejantes imbuídos de poderes divinos que caem dos céus para enfrentar monstros, até narrativas fantásticas sobre deuses e suas moradas celestiais que caem para formar a própria montanha. Algumas lendas chegam a afirmar que a Montanha é um titã adormecido da antiguidade.
Aqui, o viajante exausto absorve as histórias das tribos, como os Rakkor, que resistiram ao clima severo e às terras impiedosas ao redor da montanha por milênios. Todos os povos Rakkor de Targon acreditam que a vida e a magia são presentes dos céus, e os poderes celestiais que residem ali estão unidos em sua crença de que viver à sombra dessas estruturas ciclópicas de escala monumental é um verdadeiro chamado de forças misteriosas.
A origem e o propósito dessas estruturas, se é que já tiveram algum, permanecem um mistério, pois os mortais nunca podem verdadeiramente compreender as mentes dos criadores perdidos das estruturas. Muitas religiões florescem ao redor da montanha, mas todas estão submetidas aos Solari, uma fé devota ao sol cujos princípios dominam a terra, enquanto aqueles que seguem a fé Solari consideram os Lunari, que reverenciam a lua, como hereges vis a serem expulsos ou mortos.
Almas destemidas buscam escalar a montanha impossível, talvez em busca de sabedoria, iluminação, glória ou para satisfazer um anseio profundo de contemplar seu cume. Os moradores na base do pico observam com aplausos quando essas almas corajosas começam sua ascensão, sabendo que a montanha julgará a grande maioria delas como indignas. Ser considerado indigno pelo Monte Targon é equivalente à morte.
Os flancos íngremes da montanha e as condições traiçoeiras de suas altas encostas tornam a escalada incrivelmente desafiadora. As rochas estão marcadas pelos corpos daqueles que tentaram e falharam, contorcidos em suas tentativas. A subida é quase impossível, um teste exaustivo que avalia todas as facetas da força, caráter, determinação, força de vontade e persistência de um alpinista. Alguns dedicam semanas ou meses à escalada, enquanto outros se aventuram por apenas um dia, pois a montanha está em constante mudança.
Mesmo para os poucos resistentes que de alguma forma sobrevivem para alcançar o cume, o teste ainda não está concluído. Alguns, ao atingirem o topo, encontram-no desolado, uma extensão abandonada de ruínas e esculturas desbotadas além da compreensão humana. Para um punhado seleto, diz-se que o cume é envolto por uma cascata de luz cintilante, através da qual maravilhas e vistas distantes podem ser vislumbradas. As visões são desconcertantes e tentadoras, revelando um domínio mítico além.
Apesar de alcançar o objetivo de chegar ao cume, a maioria falha no último teste, afastando-se com medo do reino desumano que se estende além. Dos poucos que persistem, a maioria nunca retorna, enquanto outros podem reaparecer minutos, anos ou mesmo séculos depois, trazendo consigo as marcas inconfundíveis de uma jornada além da compreensão mortal.
A Escalada
Para os Rakkor, a subida é mais do que um teste de força e resiliência; é uma provação de espírito e alma, onde os alpinistas se deparam com visões que os desviam de sua jornada. Algumas dessas visões se revelam benevolentes, guiando os perdidos durante uma tempestade de neve ou impulsionando os exaustos a seguir adiante.
Outros alpinistas encontram visões divinas que testam seu caráter e fé, confrontando imagens fantasmagóricas de entes queridos que devem ser abandonados nas encostas para prosseguir na busca ou enfrentando personificações de seus medos mais profundos. Bestas grotescas, com dentes de pedra afiados e cravadas no gelo, desafiam aqueles que ousam a escalada.
À medida que os sobreviventes atingem o topo de Targon, descrevem noites amargas enfrentando o frio inclemente, onde afirmam testemunhar estranhas visões de figuras etéreas. Os elementos mais perigosos da escalada não são apenas o clima hostil, mas a forma como a jornada testa o caráter intrínseco de cada alpinista.
Quase todos que conseguem alcançar o cume de Targon se deparam com um pináculo rochoso e aparentemente vazio. No evento extraordinariamente raro em que os Celestiais escolhem um herói digno para servir como seu receptáculo mortal, diz-se que o próprio ar brilha com poeira estelar, abrindo um portal no topo da montanha. Alguns afirmam vislumbrar o fraco fantasma de uma cidade brilhante, feita de prata e ouro, além do véu, enquanto a luz divina resplandece em cores vivas e brilhantes, anunciando a descida de um ser celestial de Targon.
Os Celestiais
Esses seres estelares residem além dos domínios físico e espiritual de Runeterra, no reino cósmico de Targon. Encarnando conceitos e magias celestiais, possuem a capacidade única de se unir aos mortais, elevando-os a um estado de ascensão. Ao fazer isso, transformam-nos em seus hospedeiros, por meio dos quais conseguem transitar e interagir com o plano mortal de maneira eficiente.
O indivíduo que serve como hospedeiro para um Celestial é chamado de Aspecto, tornando-se uma criatura dotada de imenso poder. Embora alguns Celestiais dominem completamente a mente de seus hospedeiros, a maioria prefere preservar a personalidade única de seus Aspectos.
O Povo Rakkor
Na língua ancestral que ecoa entre as brisas frias das altas montanhas, "Rakkor" ressoa como "a Tribo do Último Sol". Nesse reino de artesãos talentosos e comerciantes habilidosos, a simplicidade da vida encontra seu ápice em humildes gestos de devoção aos céus.
Os Rakkor extraem a subsistência das plantas corajosas que desafiam a altitude e dos preciosos rebanhos que pastam nas encostas da montanha. Vivendo nos limites da resistência humana, eles refinam suas habilidades de guerreiro como preparativo para a iminente guerra no crepúsculo do mundo. Na cosmovisão desta tribo, muitos mundos existiram antes deste, cada um sucumbindo a uma catástrofe avassaladora. A sabedoria transmitida por seus videntes preconiza que, quando o sol atual for eclipsado pela destruição, não haverá mais luz; assim, seus guerreiros devem estar prontos para confrontar aqueles que buscam extinguir esse derradeiro brilho.
Para os Rakkor, a batalha é um ato sagrado, uma oferenda para manter viva a chama solar. Os sacerdotes da tribo instruem que, quando o sol for destruído, as trevas se espalharão, e, portanto, seus guerreiros devem erguer-se contra qualquer força que busque apagar essa luminosidade. É esperado que cada membro da tribo abrace o combate, lutando com crueldade desprovida de piedade ou hesitação. Os guerreiros Rakkor são moldados para serem tão letais com suas próprias mãos quanto os mestres das artes marciais e para brandir com feroz destemor as relíquias ancestrais que definem a tribo.
Enquanto a maioria dos Rakkor presta veneração direta ao sol, aqueles que dedicam suas vidas à religião são designados como Solari. Em contrapartida, existem os Lunari, que secretamente adoram a luz da lua. Estes últimos mantêm suas crenças ocultas dos Solari, uma minoria que os supera em número e os enxerga como perigosos hereges. O equilíbrio delicado entre essas duas facções persiste, carregando consigo uma tensão silenciosa nos recantos sombreados da tribo.
Sol e Lua
Nas imponentes alturas do Monte Targon, onde o sol é cultuado como o fio vital de toda existência, os Solari, uma seita religiosa que ergue seu templo nas alturas, sustentam a crença de que a luz solar é a única fonte verdadeira de vida, considerando qualquer outra luz uma ameaça ao destino de seu povo. Nesse reduto de fé, os devotos são orientados pelos sacerdotes do templo, que delineiam as restrições dessa crença inabalável.
Os Ra'Horak, designados como "Seguidores do Horizonte" na língua Rakkor, são os guerreiros de elite dos Solari, e suas habilidades com a lâmina transcendem a maestria comum. Aprimorando suas já formidáveis habilidades sob condições severas, esses combatentes creem serem abençoados com a força e a virilidade do próprio sol, treinando para resistir ao frio impiedoso que muitas vezes abraça as altitudes de Targon.
A lenda conta que os Solari foram forjados por um guerreiro capaz de invocar o poder fulminante do sol contra seus oponentes. Eles reivindicaram o cume do Monte Targon, o ponto mais próximo do sol em Runeterra, como sua morada, uma tradição que perdura ao longo das gerações.
Escribas e acólitos buscam abrigo nos templos Solari durante os meses de inverno, dedicando-se a rituais divinos para invocar o poder do sol e mapear os intricados movimentos estelares. Nos períodos de conflito, os sacerdotes Solari podem meditar por semanas no santuário mais remoto, subsistindo apenas com o sustento divino do sol, a fonte primordial de toda vida.
Em contrapartida, os Lunari, rotulados como hereges pelos Solari, adoram a luz prateada da lua em segredo. Praticando suas crenças às escondidas, os Lunari buscam refúgio daqueles que pretendem erradicar sua influência de Targon para sempre. Há quem afirme que, em tempos remotos, os dois grupos coexistiam pacificamente, reverenciando os céus como um só povo.
Os Lunari dedicam-se a mapear os movimentos celestes em busca de vislumbres do futuro, alguns utilizando colares de luar para refletir verdades mais profundas. Certos videntes Lunari, fechando os olhos sob a luz do dia, treinam-se para enxergar apenas na escuridão, pois é sob a luz pura da lua que a verdade se revela.
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