De Instituto da Guerra
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Matrona Espectral

"A Ruína corrompeu todos em seu caminho. Os gentis se tornaram cruéis. Os corajosos se tornaram violentos. A razão deu lugar ao ressentimento."

– Trecho de "Os estudos da Ruína"

Seu nome ecoa pelos sussurros das Ilhas das Sombras como uma figura temida, mas também como um lamento daquilo que ela um dia representou. Outrora uma mãe devota que sacrificaria tudo por seus filhos, ela foi corrompida no auge de sua proteção desesperada. Na noite em que a Névoa tomou sua vila, abraçou seus pequenos em um último esforço para protegê-los, mas a névoa não poupou nenhum deles. A Matrona foi arrancada de sua humanidade e transformada em uma criatura que perpetua o mesmo ciclo de destruição que tanto tentou evitar.

Vestida com trapos flutuantes que parecem ser feitos de sombras densas, sua silhueta dança entre o etéreo e o sólido. No lugar de um rosto, uma chama azulada arde com intensidade fantasmagórica, irradiando o tormento e a ira de uma alma que já foi amorosa. Sua figura flutua acima de um emaranhado de raízes negras e espectrais que, à primeira vista, podem parecer ornamentos, mas na verdade são os restos dos espíritos de seus filhos, moldados e torcidos em formas que lembram membros disformes. Eles se movimentam como extensões de sua vontade, agarrando e imobilizando suas vítimas antes que a própria Matrona as reduza à essência espectral.

A Matrona Espectral não caça por necessidade ou fome, mas por uma perversão de sua antiga missão. Seus alvos muitas vezes são aqueles que viajam em grupos, particularmente famílias ou caravanas protegidas por figuras que assumem papeis de cuidado. Parece haver uma crueldade deliberada em seus ataques, como se ela procurasse recriar o terror que a transformou, destruindo a esperança e os laços entre os vivos. Aqueles que têm o infortúnio de cruzar seu caminho descrevem como os espíritos infantis ao seu redor sussurram palavras incompreensíveis, suas vozes pequenas e lastimosas ecoando na escuridão antes do ataque inevitável.

As almas dos seus filhos podem se desprender de sua forma, perseguindo inimigos como famintos espectros independentes, enquanto as raízes negras que envolvem seu corpo crescem e retorcem em armadilhas vivas, prendendo e esmagando qualquer um que se aproxime demais. Sua risada, que emerge como um eco metálico e cortante, é dita ser capaz de congelar até os corações mais corajosos, um lembrete do que acontece quando o amor é distorcido pela ruína.

Os relatos dos que sobreviveram aos ataques da Matrona Espectral falam de um fenômeno curioso: após seu ataque, flores negras de pétalas translúcidas crescem nos locais onde ela derramou vida. Estas flores são tidas como um aviso aos incautos, um sinal de que a Névoa Negra deixou ali um fragmento de sua influência, como se a própria Matrona estivesse marcando territórios para revisitá-los em suas peregrinações eternas. Para os estudiosos da Ruína, essas flores são um resquício da humanidade da Matrona, deixando uma rosa em símbolo de luto pela família perdida.