De Instituto da Guerra
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Erastin, o Desonrado

“Os dragões de Camavor eram o orgulho de nossa nação, símbolos de poder e eternidade. Hoje, Erastin rasteja entre ruínas, uma sombra corrompida do que já foi magnificente.”

– Relatório dos Arquivos de Camavor.

Antigamente um dragão soberano de Camavor, um símbolo vivo da glória e supremacia da nação, sua existência agora não passa de uma paródia grotesca. Sua forma imortal é uma cruel ironia: onde antes havia beleza e força incomparáveis, agora repousa um corpo distorcido, fraturado entre a vida e a morte. A Névoa Negra transformou o que outrora era reverenciado em um pesadelo andante.

O corpo de Erastin é uma amalgama de ossos protuberantes e escamas rachadas. Cada fenda de sua pele exala um brilho esverdeado espectral, como se uma energia destrutiva e antinatural estivesse sempre à espreita, tentando escapar. Suas asas, outrora largas o suficiente para cobrir o céu, estão dilaceradas, como pergaminhos rasgados por um vendaval. Elas ainda batem, carregando a criatura em voos vacilantes que lançam sombras amaldiçoadas sobre os desavisados.

Seu chifre, que antes apontava para os céus como estandartes de um soberano, agora é torto, enegrecido e coberto por um miasma corrosivo que consome qualquer coisa que se aproxime demais. Suas mandíbulas estão pervertidas, com presas alongadas que pingam uma substância viscosa e tóxica que apodrece até mesmo a terra onde caem. E seus olhos... Ah, seus olhos! Brilham com um verde vítreo que não contém vida, apenas uma fome insaciável e uma dor que nunca será apaziguada.

O comportamento de Erastin reflete sua forma grotesca. Ele não é mais a majestosa e orgulhosa criatura que uma vez voava sobre Camavor, mas uma força primitiva guiada pela destruição. Seus rugidos ecoam como lamentos de almas aprisionadas, um aviso para aqueles que ainda têm a chance de fugir. Contudo, ele é metódico em sua caça, como se uma sombra de sua antiga inteligência permanecesse, presa e corrompida pela Ruína. Erastin é particularmente atraído por sinais de vida ou por relíquias de Camavor, como se uma parte dele ainda buscasse o passado que a Névoa lhe roubou.

Onde Erastin caminha, a terra se torna estéril, as árvores murcham e até mesmo o vento parece se retrair em desespero. Ele não é uma criatura que se alimenta para sobreviver; ele destrói por compulsão, como se a própria Névoa Negra estivesse usando seu corpo como uma extensão de sua vontade maléfica.

Mas o que torna Erastin tão particularmente doloroso de estudar não é apenas sua aparência ou comportamento, mas o que ele representa. Ele é um lembrete cruel de que mesmo as maiores e mais gloriosas criações estão à mercê da Ruína. Onde antes havia vida, orgulho e propósito, agora há apenas destruição e um eco vazio de um passado perdido. E, pior de tudo, ele não pode morrer. Ele está condenado a continuar existindo, espalhando a ruína e sendo odiado pelos mesmos povos que um dia o veneraram.