De Instituto da Guerra

Dracovíbora

“A princípio, soldados demacianos ouviram o som de garras contra o chão da praça. Foi só quando elas invadiram a torre do relógio que eles finalmente perceberam que todos aqueles membros pertenciam a uma só criatura.”

— Relatório de Invasão.

Dracovíbora. Apenas pronunciar seu nome é evocar imagens de uma calamidade viva, uma aberração moldada pela Névoa Negra a partir da carcaça de um dragão outrora magnífico, o Dragão Camavorano. Esta criatura, cuja mera presença transforma o ar em algo denso e sufocante, é uma demonstração cruel do que a corrupção da Névoa pode fazer aos seres mais grandiosos de Runeterra.

Seu corpo, longo e sinuosamente serpentino, é uma amálgama de escamas rígidas como placas de escamas corroídas, entrecortadas por pulsos de luz espectral que se movem como um veneno vivo em suas entranhas. Cada segmento de seu torso é adornado por fileiras de espinhos pontiagudos que parecem prontos para perfurar qualquer um que se aproxime.

No entanto, são as presas – imensas, retráteis e brilhantes como lâminas recém-forjadas – que trazem o verdadeiro horror. Estas presas são reservatórios de necroveneno, uma substância tão corrosiva que dissolveu incontáveis armaduras e transformou combatentes destemidos em sombras de suas antigas glórias.

Suas asas, antes instrumentos de liberdade e altivez, são agora caricaturas grotescas de sua antiga função. Rasgadas, com membranas finas repletas de buracos e marcas de batalha, elas parecem desafiar a física, ainda sustentando a criatura em um voo silencioso e assombroso. Quando abertas, elas produzem um som fantasmagórico, semelhante ao lamento de almas atormentadas – um aviso tardio de que a Dracovíbora está próxima.

E não se pode ignorar as centenas de armas – espadas, lanças, flechas – cravadas em sua carne. Cada uma é um testemunho de batalhas passadas, relíquias de um esforço fútil para destruí-la. Essas armas, em vez de enfraquecê-la, parecem fundir-se à sua forma, tornando-a ainda mais imponente e aterradora.

A Dracovíbora não é apenas uma aberração física, mas também comportamental. Ela exala uma inteligência fria e sádica. Diferente de outras criaturas da Névoa Negra, que atacam cegamente, ela é metódica. Observa, persegue e só então ataca, como se saboreasse o terror de suas presas. Os relatos de sobreviventes são escassos, mas coincidem: primeiro vem o som de garras contra pedra, depois o assovio lancinante de suas asas – e então, o silêncio, interrompido apenas pelo estalar de ossos sob seu peso colossal.

Durante os Tormentos, a Dracovíbora é uma força da natureza. Vilarejos inteiros desapareceram sem deixar vestígios, exceto os sulcos profundos de suas garras e o rastro tóxico deixado por sua presença. Não há negociação, redenção ou fuga. Ela é um símbolo daquilo que foi destruído e que, agora, destrói em retribuição cega.