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"Vi algo. Algo rastejando entre os destroços. Pensei que fosse minha imaginação... Até que senti a mão dele na minha perna."
– Últimos registros de um explorador das Ilhas das Sombras.
Essas criaturas grotescas são uma fusão de matéria física e espiritual, com corpos parcialmente compostos por uma ossatura exposta e membros tortos, cercados por uma aura fantasmagórica e uma energia espectral que parece palpitar como um coração. Seus crânios alongados, adornados com chifres irregulares, abrigam um olho brilhante que cintila com uma luz traiçoeira, capaz de hipnotizar e desorientar suas presas. Já suas bocas, repletas de dentes irregulares e afiados, estão sempre abertas, como se ansiassem constantemente por algo mais do que sustento físico: as almas de suas vítimas.
Os Parasitas Espirituais nunca atacam diretamente, a não ser que tenham certeza de que suas vítimas não têm como escapar. Eles se esgueiram pelas sombras, movendo-se silenciosamente entre os escombros e a vegetação distorcida das Ilhas das Sombras, usando a névoa que permeia o ambiente para se ocultar.
De sua posição escondida, observam suas presas, esperando pacientemente por sinais de cansaço, medo ou distração. Quando finalmente atacam, é sempre rápido e devastador: com suas garras afiadas, eles imobilizam suas vítimas, enquanto suas mandíbulas impossivelmente largas rasgam não só a carne, mas também a essência vital, deixando apenas corpos vazios para trás.
Assim como a própria Ruína se expande, os Parasitas Espirituais semeiam sua corrupção através das almas que consomem. Cada vítima sugada por esses seres transforma-se em uma sombra sem vontade própria, um reflexo distorcido de quem um dia foi. Essas novas entidades seguem os comandos dos Parasitas Espirituais, ampliando seu alcance e fortalecendo sua influência sobre os territórios das Ilhas das Sombras.
Exploradores que sobreviveram a encontros com essas criaturas relatam que há algo quase perversamente inteligente em seus ataques. Eles parecem se deliciar com a sensação de terror que inspiram, alguns afirmam tê-los ouvido emitindo risos baixos e guturais, como se zombassem de suas presas antes de atacá-las. Outros, ainda mais aterrorizantes, relataram sussurros em idiomas antigos, palavras que ecoavam em suas mentes e os incitavam a se aproximar.
Há pouco que se pode fazer para deter essas criaturas uma vez que decidem caçar. Mesmo o aço mais afiado encontra dificuldade em penetrar o corpo dessas criaturas, e a magia, especialmente a que não é santificada, muitas vezes é absorvida por suas formas, alimentando sua força. A única defesa real contra os Parasitas Espirituais é evitá-los completamente.
Exploradores experientes sabem que a melhor maneira de sobreviver às Ilhas das Sombras é nunca parar, nunca vacilar, e, acima de tudo, nunca olhar para a luz nos olhos brilhantes das sombras. Pois, quando você os vê, é quase certo que eles já o viram muito antes.