De Instituto da Guerra

Protetora Crepuscular

"Entre o escuro e a luz, onde o dia se transforma, eu observo e protejo aqueles que ousam caminhar pela margem do desconhecido."

– Fragmento do Hino ao Crepúsculo

A Protetora Crepuscular é uma majestosa criatura celestial que vigia as fronteiras entre o dia e a noite, momentos de transição onde o perigo e o mistério se encontram. Com um porte nobre e presença imponente, ela possui a aparência de uma grande coruja de plumagem azul-acinzentada, que gradualmente se funde em tons de dourado brilhante nas extremidades de suas asas. Este contraste entre os tons escuros e luminosos reflete sua conexão com os estados de transição, simbolizando o equilíbrio entre luz e trevas.

Suas asas são poderosas, mas movem-se com uma leveza quase etérea, como se a gravidade tivesse pouco controle sobre sua forma. Na ponta de suas penas brilham pequenos fragmentos que lembram estrelas cadentes, e em torno de seu pescoço, uma ornamentação em forma de meia-lua feita de pura luz acompanha seus movimentos, como se ela carregasse consigo a essência do crepúsculo. Seus olhos, luminosos como faróis no amanhecer, parecem enxergar além do tempo e espaço, perfurando o véu do que é visível para os meros mortais.

A Protetora Crepuscular tem uma natureza profundamente empática, embora sua comunicação com os seres vivos seja mais simbólica do que verbal. Guiada por uma sabedoria incomensurável, ela age como uma sentinela das fronteiras entre mundos, guiando viajantes perdidos para longe de perigos ou ocultando-os das ameaças de predadores famintos. Muitas histórias descrevem sua capacidade de criar ilusões ou nevoeiros para confundir feras ou caçadores cruéis, permitindo que seus protegidos escapem em segurança.

Uma característica peculiar desta guardiã é sua tendência a cantar nos momentos finais do crepúsculo, um som melódico e hipnótico que parece carregar consigo uma promessa de proteção e segurança. Este canto, reverenciado por muitos, é frequentemente descrito como o som da própria harmonia universal.

Apesar de sua natureza compassiva, a Protetora Crepuscular não é uma criatura que deva ser provocada. Relatos antigos falam de um brilho intenso e avassalador que emana de seu corpo quando ela se encontra diante de uma ameaça que desrespeita a ordem natural do crepúsculo. Esse brilho não destrói, mas desorienta e dispersa qualquer presença hostil, retornando a paz para o momento de transição.

O culto à Protetora Crepuscular é particularmente forte entre os povos que vivem próximos ao Monte Targon. Eles a veem como um símbolo de renovação e proteção divina. Muitos carregam amuletos ou talismãs com sua imagem ou imitam seu canto durante os rituais ao entardecer, acreditando que ela ouvirá e concederá sua proteção.

Há registros de viajantes que afirmam ter sido salvos por ela em momentos críticos de suas jornadas. Uma história notável é a de um alpinista targonense que, durante uma tormenta no alto da montanha, ouviu seu canto e foi guiado até a segurança de uma caverna iluminada por uma luz dourada. Ele descreveu sua experiência como "um abraço da noite com promessas de um novo amanhecer".

A Protetora Crepuscular não é apenas uma guardiã, mas também um lembrete da beleza e da importância dos momentos de transição na vida. Ela existe como um símbolo de equilíbrio, proteção e esperança, um farol para aqueles que se encontram perdidos entre o fim de um ciclo e o início de outro.