De Instituto da Guerra

O Vazio

“O Vazio existe há milênios. Antes de as primeiras estrelas surgirem no vácuo além deste mundo, nós simplesmente existíamos. Em perfeição, singularidade e silêncio. Então, veio o som.

A realidade surgiu daqueles sussurros, que nos consumiram. Fomos corrompidos por sua influência. Partidos. Transformados. Não havia como voltar ao que éramos antes, por mais que tentássemos. Meus progenitores, os Observadores, tentaram invadir e destruir toda a existência, mas foram maculados por ela. Levados ao desejo de serem adorados e de alcançarem um entendimento superior...

Não demorou até que fossem traídos. Depois de se transformarem com tanta veemência... tão profundamente... foram simplesmente descartados. Aquilo os encheu com um ódio indescritível. Aniquilariam a realidade inteira sem pensar duas vezes.”

Estrondosamente lançado à existência nos primórdios do universo, o Vazio se apresenta como uma manifestação da vastidão insondável daquilo que repousa além dos limites. É uma força insaciável, um apetite cósmico que aguarda pacientemente enquanto seus mestres, os enigmáticos Observadores, marcaram o momento final da destruição.

Esta dimensão de pesadelo, o Vazio, é dito existir para além das fronteiras do espaço e do tempo. É o reino onde armas vivas aterrorizantes foram forjadas para vencer uma guerra ancestral, há muito encerrada. Ninguém compreende verdadeiramente a origem do Vazio, mas as narrativas sobre seus aterradores habitantes permearam os cantos mais recônditos da consciência onírica, entrelaçando-se com lendas, mitos de criação e contos folclóricos sombrios de diversas culturas.

Os poucos desafortunados loucos que ousaram falar sobre o Vazio descrevem-no como um reino de criação desenfreada, onde paisagens distorcidas consistem em máquinas orgânicas enlouquecidas, armas mágicas emaranhadas em teares de carne monstruosa. Nenhum mortal ainda se aventurou no Vazio e retornou vivo, pois a mera presença neste reino inevitavelmente levaria à sua própria consumação no interminável processo de criação.

Nas regiões onde as barreiras místicas entre Runeterra e o Vazio foram desgastadas, o ar torna-se carregado, e eventos fantásticos se tornam a norma. Rios fluem com cores vibrantes, flores desabrocham em perfumes inebriantes, e seres vivos são envolvidos por visões psicodélicas e surtos de poder mágico. Por um tempo, esses locais são maravilhosos, repletos de milagres, mas gradualmente a paisagem se deforma em formas novas e letais. Se o Vazio conseguir consumir biomassa suficiente para sobreviver, ele crescerá e evoluirá para algo feroz e aterrorizante.

Quando um mortal é tocado por esse poder, sua visão se abre para uma irrealidade agonizante e eterna, capaz de estilhaçar mesmo as mentes mais resilientes. Os próprios habitantes do reino do Vazio são criaturas nascidas, muitas vezes destituídas de consciência, mas imbuídas de um propósito peculiar: conduzir toda Runeterra ao abismo do esquecimento.

Os Observadores

Os Observadores surgiram do Vazio, uma vastidão de nada, um mistério até mesmo para eles mesmos. Desde o momento em que os mais corajosos entre eles entraram pela primeira vez em Runeterra, os Observadores não possuíam forma material, nem mesmo tinham consciência de sua própria existência. Eles não sabiam por que eles ou o Vazio existiam, apenas que os perturbava o fato de que algo, sendo nosso universo, existia na vastidão do nada.

Em sua curiosidade e intento malévolo de entender o universo material, eles moldaram a matéria dentro dele em extensões conscientes de si mesmos, encarregadas de coletar informações e conhecimento em seu nome, tornando-se o protótipo dos atuais e modernos Vastinatas.

Os Observadores eram imensamente poderosos e transformaram os humanos de Freljord nos Glacinatas. Os Glacinatas receberam grandes dons, magia e imortalidade em troca de sua lealdade eterna. Eles conquistaram para os Observadores e construíram uma grande civilização, incluindo a ponte e a fortaleza que pairam sobre o Abismo Uivante, que eventualmente se acumulou em um enorme império, tudo em preparação para a destruição inevitável de toda a existência.

Avarosa, acreditando que a servidão aos Observadores era pior do que a morte, liderou a rebelião Glacinata contra os Observadores. Isso culminou em uma longa e sangrenta batalha onde incontáveis Glacinatas foram mortos, mas eventualmente venceram a batalha, com a irmã de Avarosa, Lissandra, tecendo um feitiço para sacrificar exércitos de Glacinatas, incluindo suas irmãs, para aprisionar os Observadores em uma prisão glacial de Gelo Verdadeiro sob a ponte.

Enquanto muitos acreditam que os Observadores estejam mortos, eles estavam meramente aprisionados em uma estase mágica. Para encobrir seus erros passados ao jurar lealdade aos Observadores, Lissandra reescreveu a história da Freljord, transformando as histórias dos Observadores em mitos e canções. Agora, ela teme o dia em que retornarão, com cada um dos nove selos rúnicos que mantêm sua prisão desaparecendo lentamente.

Os Vastinatas

Apesar de ter gerado muitos deles, nenhum horror do Vazio é exatamente igual a outro. Suas formas sobrenaturais são tão variadas quanto aterrorizantes; entretanto, todas são motivadas por uma fome insaciável, e a misteriosa pulsação de seus corações é o que faz com que sigam em frente implacavelmente.

Algumas lendas sugerem que, assim que elas emergem no ar de Runeterra, as Crias do Vazio são pálidas, fibrosas e flexíveis. À medida que envelhecem, partes de sua forma ficam mais escuras, se assemelhando a uma casca, rígida o suficiente para rebater praticamente qualquer arma.

As Fendas do Vazio

Na escuridão abissal, profundamente sob a terra, acredita-se que as primeiras e imponentes criaturas do Vazio a caminhar pela superfície de Runeterra agora jazem, adormecidas e invisíveis. Se isso for verdade, então elas esperaram pacientemente ao longo dos milênios, e agora deve ser o momento certo para que elas se ergam novamente.

Ao longo dos séculos, muitos mortais do mundo acima responderam ao chamado do Vazio ou foram arrastados contra sua vontade. Entre eles, poucos sobreviveram ao encontro... embora nenhum deles tenha retornado sem ser alterado.

Uma grande e terrível batalha foi travada contra o Vazio diante dos muros da antiga Icathia. Na sequência, as terras ao redor da cidade tornaram-se desertos abandonados, e sua própria existência foi apagada dos mapas de Shurima. Esperava-se, talvez tolice, que os horrores desencadeados ali eventualmente fossem esquecidos...

Às margens de Icathia encontra-se a Ruptura — evidência do próprio Vazio irrompendo de profundezas sob a terra, em uma era agora perdida para a história. Embora os corajosos e os curiosos frequentemente tenham procurado aprender mais, apenas os exploradores mais audaciosos se atreveriam a aventurar-se nos espaços escuros abaixo.

Após a queda de Icathia, os Nascidos do Vazio se espalharam por todo Shurima. Apesar do selamento da Ruptura, inúmeras Fendas Menores do Vazio se abriram pelos desertos de Shurima, a maioria próxima a Icathia. Até hoje, a terra está repleta de cavernas e túneis corrompidos pelo Vazio. Abaixo deles, o Profeta está abrindo ainda mais Fendas do Vazio por Shurima, diz-se que a abertura dessas fendas causa terremotos poderosos, abrindo o leito de rocha de Shurima em novas falhas de centenas de quilômetros de extensão.

Uma das poucas formas de combater o Vazio é deixando-o passar fome. Sem nenhum suprimento orgânico nem mágico por perto, o crescimento material do Vazio fica mais lento - até que, finalmente, entra em um estado de dormência.

Território Marai

Eras atrás, os Marai descobriram uma fenda nas profundezas. A fenda emanava uma escuridão horrível e insidiosa que buscava exterminar todas as formas de vida. Os Marai eram protegidas das criaturas que vinham da fenda pela Pedra da Lua, uma rocha luminosa dita ser imbuída com magia celestial, uma pedra concedida aos Marai por uma errante luminosa do pico de Targon.

Em troca da pedra da lua, a errante pediu por uma Pérola Abissal para proteger sua própria tribo. A luz da Pedra da Lua no centro da vila Marai fazia com que os Vastinatas recuassem, mas a cada cem anos, mais ou menos, a luz da pedra da lua começava a diminuir. Nesse momento, a tribo escolhia seu guerreiro mais feroz e lhe conferia o título de Conjurador das Marés, que deveria mergulhar na escuridão gélida da fenda, sobreviver aos horrores dentro e recuperar uma pérola abissal.

Se bem-sucedido, o Conjurador das Marés emergia na costa, onde uma errante luminosa do pico de Targon o aguardava com uma pedra da lua para trocar pela pérola. Este ritual mantinha os Vastinatas contidos, mas agora que Nami, a Conjuradora mais recente, não conseguiu encontrar a errante de Targon, o destino das Marai e os horrores nas profundezas permanecem desconhecidos...