De Instituto da Guerra
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Crustageist

"Foi quando a sombra cresceu no horizonte, cobrindo o sol, que soube que havíamos desenterrado algo que deveria ter permanecido esquecido. O Crustageist havia despertado."

– Santangelo, Diário dos Horrores das Ilhas das Sombras, página 112

O Crustageist, esse monstro colossal, é uma criatura que se arrasta pelas antigas terras de batalha, acrescentando as almas daqueles que sucumbem à sua presença ao seu imenso corpo. Seu nome é uma recordação de um reino muito antes da queda do Império de Shurima, e sua história é tão esquecida quanto as vastas planícies que ele vaga. Ele não apenas persegue as almas perdidas, mas incorpora suas essências em sua gigantesca carapaça, transformando-se em uma escultura viva de horrores distorcidos.

Sua aparência é de um ser grotesco que mescla a fúnebre imagem de um crustáceo com a do antigo guerreiro que nunca descansou. Suas mandíbulas, grandes e afiadas como garras de ferro enferrujado, movem-se com uma precisão letal. Seu exoesqueleto, marcado por cicatrizes e rachaduras, é uma fusão de metal e os restos dos mortos, os quais ele utiliza como uma espécie de armadura viva, tornando-se mais forte a cada batalha esquecida que atravessa.

O Crustageist é uma aberração que não tem consciência do que é ou do que foi. Originalmente um defensor de um reino próspero, ele foi corrompido e transformado em um monstro ao ser atingido pelas ondas de magia necromântica que surgiram durante a sua própria queda. Seu corpo agora se tornou uma colcha de retalhos de almas e ferragens, imortalizado pela magia que o revigorou, de modo a nunca conhecer a paz, vagando de campo de batalha em campo de batalha, alimentando-se do medo e da dor daqueles que cruzam seu caminho.

À medida que ele caminha sobre os destroços de antigas guerras, seu corpo continua a se expandir, adicionando novas peças de carne e ossos arrancados de seus adversários caídos. Há relatos de viajantes que ousaram se aproximar das praias devastadas que ele percorre, apenas para encontrarem suas almas absorvidas pela monstruosa criatura. Ele não é apenas um predador físico, mas também um devorador espiritual, tragando tudo o que se aproxima daquilo que poderia ter sido sua antiga casa. Aqueles que enfrentam o Crustageist sentem a presença de um ser além de sua compreensão, como se o próprio espaço ao redor dele fosse uma distorção, um reflexo das tragédias passadas que o criaram.

Como qualquer ser de sua magnitude, o Crustageist não parece ter um objetivo específico além de seguir o ciclo de destruição e crescimento. Ele agrega e acumula em sua carapaça o que encontra, mas nunca se sacia, cada pedaço de metal, cada pedaço de carne que se adere a ele é uma lembrança do que ele foi e do que ele perdeu, mas ele continua, como se o tempo tivesse parado para ele, à espera de mais vítimas para incorporar.

Quando ele se ergue sobre os campos devastados, os ventos trazem consigo uma sensação de pesar, como se os próprios elementos da natureza o reconhecessem como uma besta que precisa ser banida. Por onde ele passa, a vida se retira, e a terra fica marcada com os sinais da morte que ele carrega consigo. Ele é uma calamidade viva, um lembrete de que nem todos os monstros desaparecem com a morte de seus criadores. Alguns permanecem, endurecidos, famintos, imortais e destroçados por um ciclo interminável de destruição.