Cronista da Ruína: mudanças entre as edições

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"Ela costumava se sentar ao lado do pai – um lorde curador – enquanto ele estudava os tomos empoeirados. Ele desejava que a filha continuasse seu trabalho... mas não assim."
"Ela costumava se sentar ao lado do pai – um lorde curador – enquanto ele estudava os tomos empoeirados. Ele desejava que a filha continuasse seu trabalho... mas não assim."

Edição atual tal como às 18h40min de 5 de dezembro de 2024

"Ela costumava se sentar ao lado do pai – um lorde curador – enquanto ele estudava os tomos empoeirados. Ele desejava que a filha continuasse seu trabalho... mas não assim."

– Trecho de um diário encontrado em uma das mansões da nobreza nas Ilhas das Sombras

A Cronista da Ruína, como a conhecemos hoje, é uma figura impregnada de tristeza e ironia, cujo propósito é um reflexo distorcido do que ela um dia desejou ser. Quando as Ilhas das Bênçãos foram engolidas pela Névoa Negra, o que restou desta jovem estudiosa e dedicada foi moldado em uma paródia grotesca da paixão que ela tinha pelo conhecimento e pelo cuidado com a história. Transformada por forças muito além de sua compreensão, a Cronista agora perambula pelas ruínas das ilhas, eternamente vinculada ao papel de registrar e relatar as desgraças e horrores que dominam sua terra natal.

A sua forma espectral parece flutuar como um pesadelo constante, vestes desfiadas e etéreas pendem de seus ombros e tremulam como sombras tocadas pelo vento, e sua face, obscurecida pela névoa, traz vestígios de uma máscara metálica, como se para ocultar qualquer traço de sua antiga humanidade. Seus olhos são dois poços vazios que exalam um brilho sobrenatural. Quando ela ergue seu olhar, é como se o próprio peso da eternidade recaísse sobre quem a vê, um abismo profundo de desespero e memória.

A Cronista carrega consigo um vasto pergaminho, aparentemente interminável, que se desenrola e flutua no ar como uma extensão de seus próprios membros. Nele, ela grava incessantemente, com uma pena espectral, tudo o que testemunha. Mas suas transcrições não são feitas em tinta; elas são escritas com a própria essência da névoa, um misto de energia mágica e almas aprisionadas, palavras que ardem na página com uma fosforescência espectral. Às vezes, até mesmo o grito de uma alma pode ser ouvido em meio às inscrições, um fragmento de dor eternamente gravado.

Os tomos e livros que a rodeiam, flutuando como planetas em torno de um sol maldito, são registros roubados da própria biblioteca da história de Runeterra. Estão corrompidos, suas palavras distorcidas em mentiras e lamentos, pois agora só contam as histórias do tormento, da ruína e das vidas que foram tomadas pela Névoa Negra. Pode-se dizer que a Cronista, de certa forma, é a arquivista do sofrimento, registrando meticulosamente os eventos que levaram as Ilhas das Bênçãos à sua queda.

A Cronista da Ruína não é uma combatente direta, mas sua presença no campo de batalha pode ser uma sentença de morte para aqueles que já estão emocionalmente fragilizados. Sua simples visão provoca desespero; há uma frieza em seus gestos, uma inexorabilidade em seu propósito. Eu mesmo, em minha breve e perturbadora visão da Cronista, senti a sensação horrível de perder a noção do tempo, como se todo o passado e o presente fossem meros fragmentos que ela já havia registrado e condenado a se repetir eternamente.

No entanto, por mais grotesca que seja sua existência atual, há indícios de que resquícios da antiga filha do curador ainda persistem. Às vezes, quando o vento da névoa parece soprar de uma maneira específica, alguém pode ouvir um soluço, um sussurro de tristeza contido em suas palavras.