De Instituto da Guerra

Florimorta

"O grande ente continuou mostrando... criaturas. Esta... para espalhar a vida por onde passasse... notável como... aqui. Realmente são as Ilhas das Bênçãos!"

– Diário recuperado

A Florimorta é um paradoxo vivo, uma paródia grotesca da vida e da morte, com sua presença deixando tanto fascínio quanto repulsa. Diferente de outras abominações da Névoa Negra, ela não avança com fúria ou velocidade; em vez disso, sua jornada é lenta, quase graciosa, como se estivesse em um desfile macabro. Sua forma é uma fusão disforme de madeira viva e folhas ressequidas, com uma carapaça rugosa que mistura galhos entrelaçados e folhas caídas, tudo manchado por um brilho esverdeado que pulsa ritmicamente, como uma respiração ou um coração batendo.

Diferente da maioria das criaturas da Névoa, ela não parece caçar deliberadamente. Em vez disso, move-se como uma força inevitável, espalhando um rastro de vegetação que cresce onde ela pisa. Porém, esse crescimento não é natural; as flores e gramas que emergem são alimentadas pelo que ela rouba da vida ao seu redor. Qualquer criatura que permaneça em sua proximidade por muito tempo começa a sentir um estranho cansaço, como se a própria energia vital estivesse sendo lentamente drenada. Não há ataques ou perseguições – apenas a certeza de que o simples fato de existir perto dela é suficiente para assinar a própria sentença de morte.

Suas garras são grossas e curvadas, como raízes que romperam o solo, e seu corpo inteiro parece ter absorvido pedaços do ambiente ao longo do tempo – espinhos de ferro enferrujados, restos de armaduras e até mesmo armas cravadas em suas costas como relíquias de batalhas passadas. Seu rosto, se é que pode ser chamado assim, é uma massa de galhos torcidos e fendas brilhantes que formam algo próximo de um sorriso animalesco. E o cheiro que exala – uma mistura de terra molhada e putrefação – anuncia sua chegada antes mesmo que suas flores sejam vistas.

Alguns relatos sugerem que a Florimorta possui um tipo de consciência rudimentar. Suas flores, ao contrário do que parece à primeira vista, não brotam aleatoriamente. Elas surgem em padrões, cobrindo cadáveres e criando "jardins" perfeitamente simétricos. Há algo quase cerimonial em sua marcha, como se estivesse cumprindo uma missão que ninguém, além da Névoa Negra, compreende. As plantas que nascem de sua passagem não são inertes; existem registros de árvores que sussurram palavras incompreensíveis ou flores que tremulam como se fossem ouvir vozes ao vento.

Um aspecto perturbador relatado por aventureiros que sobreviveram ao seu rastro é o que acontece aos corpos das vítimas. Após serem drenadas, suas formas permanecem entrelaçadas às raízes e flores, como se fossem incorporadas ao próprio ciclo da criatura. Em alguns casos, essas formas começam a se mover novamente, não como espectros, mas como extensões da própria Florimorta, andando com um propósito mudo e sem vida própria.